segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A RESPONSABILIDADE DO PACIENTE APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA







A RESPONSABILIDADE DO PACIENTE APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA

por Cirurgia Bariátrica, Sábado, 1 de Setembro de 2012 às 21:06 ·
A RESPONSABILIDADE DO PACIENTE APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA
Por: Andrea Levy Sprengel

A vida de um indivíduo obeso não é nada fácil. Sabemos das limitações físicas, emocionais, pessoais e profissionais que uma pessoa com qualquer doença crônica passa. Quando esta doença é a obesidade, além destas limitações e da exposição própria do corpo obeso, a pessoa ainda convive com o preconceito e a insegurança que tudo isso gera frente ao mundo competitivo em que vivemos.
Apesar de todo o conhecimento médico acerca das doenças metabólicas e dos transtornos alimentares que existe atualmente, é fato que a sociedade ainda não trata o indivíduo obeso efetivamente como doente, fazendo com que o preconceito seja realmente cruel e repercuta muito negativamente na vida dos que sofrem de obesidade.
Instalam-se então padrões negativos de vergonha, baixa autoestima e sentimentos de inferioridade e impotência que fazem com que os obesos muitas vezes privem-se de vida social, conjugal, acadêmica e profissional para não precisarem se expor a mais ataques e preconceitos. O isolamento, que por sua vez traz conforto, gera angústia ao mesmo tempo. E aí entra a comida, como um dos poucos prazeres que restaram na “solidão segura” dentro de casa.
Parece muito difícil sair desta situação que foi se instalando aos poucos até a pessoa se perceber obesa e isolada, pois realmente renunciar a um padrão de comportamento que foi construído por necessidade de proteção não é fácil, nem rápido e nem indolor!
Felizmente, podemos contar com as cirurgias bariátricas que são os tratamentos mais efetivos para a obesidade mórbida atualmente e que aceleram muito os processos psicológicos e emocionais. A cirurgia bariátrica é também uma ferramenta poderosíssima para nos ajudar a sair do lugar de supostos e aparentes sujeitos passivos e impotentes, nos dando a chance de retomar as rédeas da situação e estarmos novamente no controle do nosso corpo, da nossa alimentação e, principalmente, das nossas escolhas de vida.
A cirurgia bariátrica deve ser encarada como um recomeço, um projeto de vida mais saudável sob o ponto de vista físico e emocional.
E como podemos usar esta ferramenta cirúrgica da melhor forma?
O emagrecimento gerado pela cirurgia bariátrica precipita uma série de transformações que afetam as relações do indivíduo consigo próprio e com o mundo, o que pode ser muito positivo quando bem trabalhado psicologicamente.
Grandes mudanças serão necessárias para que se obtenha sucesso e qualidade de vida. O momento ideal para pensar em cirurgia é quando o paciente chegou ao seu limite, ou seja, algo como: “preciso de ajuda para sair desta situação, pois não é mais desta forma que quero conduzir a minha vida”.
Neste momento, todos os profissionais envolvidos neste processo irão ajudá-lo, afinal este será apenas o início de uma longa jornada de mudanças físicas e psicológicas.
Após a cirurgia, o desafio inicial é reaprender a se alimentar de acordo com as orientações nutricionais. Neste momento, parece tudo muito concreto porque a atenção ao tipo e à consistência da alimentação, assim como aos horários corretos e às suplementações vitamínicas são fundamentais neste período e este aprendizado inicial deverá ser levado por toda a vida.
Enquanto o paciente está ocupadíssimo reaprendendo a comer, seu corpo está emagrecendo rapidamente.
Acontece então um processo muito interessante de reconhecimento do próprio corpo e da construção de uma nova identidade com a qual se enfrentará o “novo” (e muitas vezes assustador) mundo.
Muitos se surpreendem, afinal emagrecer não fará tudo melhorar? Não necessariamente, se o paciente não aprender a se posicionar, a se relacionar e a enfrentar as dificuldades de formas diferentes, em um corpo diferente. Nada melhorará se este indivíduo em franca transformação não se dispuser a não mais se esconder atrás de um corpo cheio de limitações e dificuldades e enfrentar as novas possibilidades que se apresentam. As limitações continuarão se o corpo se modificar, mas a pessoa não se propuser a mudar profundamente seus hábitos e não puder construir a autoconfiança necessária para se relacionar com o mundo que antes era muito mais limitado e restrito e que agora se apresenta cheio de novas possibilidades, cobranças, exigências e responsabilidades.
Como pudemos perceber, emagrecer é trabalhoso, exige empenho, acompanhamento médico, psicológico e nutricional. Porém, mais trabalhoso do que emagrecer após a cirurgia é manter-se magro e saudável por toda a vida, resgatando a autoestima, segurança e responsabilidade pelo corpo.
Obesidade é doença e como tal deve ser tratada. No entanto, responsabilizar-se pelo seu tratamento é tornar-se autônomo da própria vida e reescrever a própria história.

Fonte: http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista_descri.php?id=68

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